segunda-feira, 28 de outubro de 2013

De bike para o trabalho

Por Anderson Silva 

Fonte: CANAL RH Acesse: CANAL RH
Todo dia, Mônica Nunes Francisco, operadora de produção da unidade Rio Claro (SP) da Whirlpool, roda 6 quilômetros de bike no trajeto de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Ao chegar ao escritório, estaciona sua bicicleta no bicicletário e vai até o vestiário para tomar uma ducha e se trocar antes de iniciar mais um dia na lida. A rotina acontece há seis anos. “Não gosto de fazer exercícios e encontrei no ciclismo uma maneira agradável para me exercitar, além de economizar tempo”, diz. 
Morando em uma cidade com um trânsito menos caótico que o das grandes cidades, Mônica economiza, em média, uma hora por dia ao optar pela bicicleta ao invés de transporte público. “Esse tempo livre eu uso para estudar”, diz ela, que cursa o segundo do ano de Gestão de Produção Industrial. 
Outros 3.000 colaboradores da Whirlpool, divididos em quatro turnos, usam as 900 vagas disponíveis no bicicletário da empresa. O número de pessoas que vêm de bike tem crescido nos últimos anos, de acordo com o gerente de RH, Roberson Castellar. “Com o aumento da demanda, ampliações no bicicletário e no vestiário foram necessárias, e os seguranças passaram a fazer a ronda, especialmente à noite, de bicicleta, o que deu mais segurança aos colaboradores”, diz ele. 
Dado que a vida nas cidades se tornou muito complexa, diz Castellar, da Whirlpool, a mobilidade urbana é uma pauta que precisa ser incorporada pelas organizações. “Com o trânsito que enfrentamos nos deslocamentos de casa ao trabalho, perdemos tempo e, principalmente, qualidade de vida.” 
O Grupo Gep, dono das grifes Luigi Bertolli, Emme e Cori, montou, no início deste ano, uma estrutura completa para que os colaboradores pudessem ir ao trabalho de bicicleta. “Montamos um bicicletário e reformamos os vestiários, além de disponibilizar nove bicicletas para o funcionário irem almoçar ou usarem no trajeto casa-trabalho”, diz Fernando Vieira, Branding Manager do Gep. “Hoje, 15 dos 100 colaboradores do escritório vêm trabalhar usando esse meio de transporte; nossa meta é aumentar mais esse número”, completa. 
A empresa buscou ajuda do grupo Bike Anjo, formado por ciclistas voluntários, para orientar os funcionários a pedalar no trânsito com segurança (veja abaixo). Depois das dicas do grupo, o diretor comercial da empresa, Pierre Scharappe, se sentiu um pouco mais seguro para ir de casa, na Vila Nova Conceição, na zona sul de São Paulo, até o trabalho, no Butantã, na zona oeste, uma distância de 9 km. O executivo, por enquanto, só usa a bicicleta para ir ao trabalho duas vezes por semana. “Os dias em que venho trabalhar de bicicleta, sinto que minha qualidade de vida melhora, pois troco a utilidade do carro pelo lazer e pela atividade física que faço andando de bicicleta, ajudando muito a reduzir o estress do dia a dia”, diz. 
No trajeto, o executivo passa por algumas ciclovias, como a das Avenidas Pedroso de Moraes e Brigadeiro Faria Lima, ambas na zona oeste de São Paulo. No restante do caminho, Schareppe divide espaço com carros, ônibus, motos e caminhões. Para ele, o número de pessoas que usam bicicleta para trabalhar poderia ser maior se houvesse mais investimento na construção de ciclofaixais. “A integração com o metrô e o trem também é importante para incentivar as pessoas que fazem trajetos mais longos a andar de bicicleta; a ampliação das linhas e estações é condição fundamental”, diz. 
Deu vontade de ir ao trabalho de bicicleta? Confira algumas dicas do grupo Bike Anjo antes de se aventurar por ruas muito movimentadas.
- Regule sua bicicleta e veja se todas as peças estão em boas condições, principalmente freio, câmbio e corrente; verifique sempre a pressão dos pneus (varia conforme o pneu).
- Ande pelo seu bairro, por parques ou ruas tranquilas para ganhar equilíbrio. Quanto mais experiência tiver, mais fácil será seu primeiro trajeto mais longo.
- Planeje e estude bem as alternativas de rotas. Uma boa ferramenta é o GoogleMaps.
- O que usar: roupas e tênis confortáveis, de preferência roupas claras, capacete e luvas.
- Use luz dianteira e traseira.
- Carregue sua bagagem preferencialmente no bagageiro. Se não tiver, use uma mochila confortável com duas alças nas costas.
- O que levar na bagagem: água, capa de chuva ou casaco impermeável, roupa extra (se desejar) e uma toalha de rosto. Se for tomar banho no seu destino, lembre-se de levar seus produtos de higiene.
- Obedeça o sentido do trânsito. Ao pedalar na contramão você corre aumenta o risco de se envolver em acidentes porque pedestres e veículos tendem a prestar atenção no lado da rua de onde viriam os carros.
- Cuidado com as portas dos carros parados. Pedale a uma distância que seja suficiente que uma porta abrindo não te derrube.
- Ande sempre pela direita, mas evite pedalar pelo meio-fio ou acostamento. Você corre o risco de os carros tentarem passar na mesma faixa, mesmo não havendo espaço para fazer isso em segurança. O ideal se manter mais ou menos na linha de um terço da pista.
- Sinalize sempre. É muito importante que os motoristas possam prever sua trajetória.
- Evite as grandes avenidas. Vias expressas, ou ruas com muito fluxo e pouco espaço só em último caso.
- Calçada é lugar de pedestre. Caso não haja alternativa, desmonte e empurre a bike.
- Não passe no sinal vermelho com a bike, pois pode aparecer um carro em alta velocidade na transversal e você não conseguir fugir a tempo.
- Em saídas livres ou esquinas onde muitos carros viram à direita, tome cuidado adicional. Nesses casos, sinalize com a mão que você vai seguir em frente e certifique-se de que nenhum carro vai virar mesmo assim.
- Permita que os motoristas antecipem suas ações. Não fique fazendo zigue-zague, não entre sem olhar numa avenida e não mude de pista sem sinalizar, mesmo que o motorista mais próximo esteja lá atrás.

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